Magalhães Barata |
Data-se de mais de meio século
atrás, um episódio que de perto nos fez compará-los as atrocidades ocasionadas
em bairros de nossa Capital. Aproximadamente, no início da década de (50) do
século passado, Belém do Pará vivia uma época desenfreada e desastrosa de
criminalidade, não só da pirataria sanguinária nos roubos de barcos, navios e
portos, constantes conflitos agrários, mas também em razão da facilidade de
esconderijos dos mais periculosos bandidos, vindos de outros estados, que
sempre procuravam refúgio naquela capital sem lei, sem rédeas, onde reinava a
impunidade ao banditismo. Mesmo assim os presídios já abrigavam mais de (200)
bandidos de alta periculosidade, na maioria, quebradores de milho, matadores de
aluguel, estupradores, latrocidas, em fim, que se degladiavam em tormentos e
muitas rebeliões. Até que, finalmente, o Major Barata, Governador da época,
teve a iniciativa escabrosa de ir a Capital de Recife e trazer de lá uma tropa
de mais ou menos meia dúzia de praças do exército pernambucano, capitaneados
pelo Coronel Crasto, e, a ordem final foi dada e cumprida sem entremeios. Todos
aqueles detentos teriam o direito garantido de dar uma volta de avião em torno
da Bahia de Guajará, atado no calcanhar esquerdo de cada um, uma pedra bem
amarrada a cordas de sisal, de peso superior a 20klg e, após, seriam soltos a
meia altura, em voo rasante, naquelas águas frias, profundas e caudalosas. Os
que, naquele tormentoso final de semana conseguissem nadar até a beira da
Bahia, estariam livres de qualquer pena e considerados heróis. Assim foi
executada a ordem, sem choro ou churumelas, no cumprimento da força tarefa, foi
4 em 4 presos em cada decolagem do bimotor até levar os últimos, da enorme fila.
Infelizmente, ninguém voltou para contar a história. Lamenta-se que as mães
choram até hoje e até mesmo a polícia local, levou dias a procurar os
fugitivos, já que foi noticiado que se tratava de uma fuga em massa, tão logo
desconfiaram que a armação foi outra. Por muitos anos Belém se tornou uma
cidade tranquila e pacata, pois, mesmo os bandidos que não estavam presos se
embrenharam nas selvas com medo dos aviões do arrogante Coronel Crasto, outros
deram em debandada de volta às suas cidades de origem. Até de braçadas se
evadiram pelos rios e riachos paraenses. Não nos cabe aqui, depois de tanto
tempo, julgar o mérito desta ação, nem muito menos avaliar se foi certo ou
errado, afinal não existia a OEA para cobrar. Mais ainda, quem mandou já se
foi, quem executou também não está mais aqui e quem falou, nos pediu segredo de
estado. Mas o certo é que, a coletividade teve a sensação de que ganhou, os
homens e mulheres de bem, que viviam amedrontados diuturnamente, puderam algum
tempo dormir sossegados, sem pesadelos. É bem verdade que hoje, muitos
ensinamentos nos são repassados em cima da respeitabilidade ao próximo, do
apreço pela vida, do amor fraternal recíproco, da conscientização, de que um
erro não justifica outro. E no frigir dos ovos, estão certos, pois, nenhum país
que adotou a pena de morte, conseguiu escapar da nojenta criminalidade.
Mas,
deixemos de lado esta prosopopéia mentalizada, ou que seja, teatralizada pelo brutal
Major Barata, que deve estar quietinho, lá no seu pedacinho do Céu, e, vamos
falar dos nossos rumores nos Bairros, já que ultimamente Porto Velho vem se
transformando numa cidade bem ao estilo do Velho Oeste Americano, dos terrores
e bang-bang sangrentos, quem sabe bem logo passaremos ser chamados de Holidiana
do Norte. É bem certo que cada um de nós tem o direito de fazer nossas confabulações
e muito mais de podermos avaliar os ocorridos do dia 22 de dezembro, da forma
que melhor nos convir, mesmo os crimes mais intrincados e misteriosos. Digo
assim, porque muita coisa ficou no ar, ou sem resposta, nos emblemáticos casos
envolvendo pseudos bandidos e a população. Nos parecendo mais que a armação não
foi bem executada, seja for de quem tenha partido os disparos, lamentavelmente
pessoas dignas e crianças foram alvejadas.
Bahia de Guajará |
Também não
vamos se estender no mérito desta questão, já que ela é de muito interesse dos
graúdos, tem muita gente boa esmiuçando, mesmo por estarmos começando um ano
político e o poder estadual da situação já ter dado com os burros nágua numa
operação desastrosa, a operação termópilas, cheia de escorregões, os holofotes
da oposição certamente estará ligada 24 horas aos tropeços. Assim, nossa defesa
é em nome da vida, ninguém tem o direito de tirar a vida de ninguém... seja
bandido, seja noiado, seja policial, seja prostituta, seja mariquinhas
pederastas, mesmo os poderosos cápulas ou dráculas. Agora mesmo, fiquei indignado com uma corriqueira
informação, que me chegou aos ouvidos, de que os bolivianos passaram a
adicionar ao entorpecente CRAC uma enzima que é a mesma utilizada no veneno dos
ratos, me parece que é naquela do chumbinho, que mata em poucos minutos. Pois bem,
é que esta substância dá ao crac um poder de delírio e sensação (10 vezes
maior), além do mais o usuário fica numa fissura louca, querendo inalar mais e
mais. Estima-se com esta nova fórmula, o consumidor inveterado possa ter não mais
seis meses de vida. Com isto, podemos afirmar que a droga é o pior inimigo do
homem e o crac passa a ser uma desonra para a humanidade. Se não, vejamos, talvez
por obra do acaso, até o craque Neymar virou prostituto. Em breve as estatísticas
haverão de comprovar este descalabro, já que temos multidões de viciados. Quem
sabe, pensando nisto, é que as funerárias de Porto Velho já estejam de olho no
mercado de óbitos e assim fazendo investimentos pesados na aquisição de
madeira, vidro, velas e floricultura. Eles, que embora se degladiem
constantemente, mas sempre estão atentos e andando bem à frente dos
concorrentes, na busca de seus moribundos clientes. No mais, haveremos de ficar
de escuta nos lengas lengas de autoridades ineficientes, que tentam tapar o sol
com peneiras. Vejam que, o tempo do olho por olho e dente por dente já passou.
As cadeias aqui estão cheias mesmo é de ladrões de galinhas e traficantes de
(03) trouxinhas de maconha. Se é para arrepiar e não temer a Deus, e, mostrar
serviço antes da eleição: o Rio Madeira está empazinado dágua, aviões do estado
também se batem uns nos outros, coronéis truculentos é o que nunca faltam na
ativa. Mas que não sejam como os crocodilos e nem atirem em crianças, e, nem em
pessoas inocentes.
Até lá...
Juvenil
Coelho
O Autor é Jornalista e Diretor do Instituto Phoenix
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